Doutrinas políticas e sociais do século XIX
01. Contexto histórico:
• Revolução industrial – Surgimento de uma nova luta de classes: Burguesia X proletariado.
• Liberalismo: justificação da ordem burguesa.
• Socialismos: contraposições a ordem burguesa.
02. Liberalismo:
• Adam Smith (A riqueza das nações – 1776):
- Leis naturais da economia.
- Não-intervenção do Estado nas relações econômicas.
- Liberdade de comércio, produção, concorrência e contrato.
OBS. TRABALHO – FONTE DE TODAS AS RIQUEZAS.
Thomas Robert Malthus (Ensaio sobre o principio da população):
- Pessimismo social / justificação da miséria.
- Lei do crescimento população / produção: população (P. G.) e Produção (P. A.).
• David Ricardo (Princípios de economia política e tributação):
- Lei férrea dos salários: Salário = Sobrevivência.
03. Aplicações do liberalismo:
• Liberalismo político:
- Defesa dos direitos individuais (vida, propriedade e liberdade).
- Papel do Estado: Garantia dos direitos individuais.
- Visão do Estado: Separação dos poderes (Montesquieu).
- Cidadania limitada: Voto censitário (renda).
• Nacionalismo:
- Liberdade da Nação (Estado próprio).
= Visão burguesa: independência da nação.
= Visão popular: independência da nação e voto universal.
- Projetos nacionalistas:
= Unificação e liberdade nacional (Itália e Alemanha);
= Expansão Nacional (imperialismo) – Alemanha (Pan-germanismo), Rússia (Pan-eslavismo) e Sérvia (grande Sérvia).
• Romantismo:
- Corrente artística da burguesia (oposição ao classicismo do antigo regime).
- Valores:
= Sentimentalismo (valorização da emoção em detrimento da razão).
= Nacionalismo ufanista (busca das origens nacionais).
= Abolição do formalismo estético.
• Positivismo (Auguste Comte):
- Cientificismo: ciência = verdade (solução).
- Exaltação da tecnologia.
- História = progresso constante (o futuro é melhor que o presente e este é melhor que o passado).
- Defesa do capitalismo (estágio mais avançado).
• Evolucionismo (Darwin, origem das espécies, 1859):
- Os seres biológicos evoluem sempre (adaptação ao meio ambiente).
- Reflexos:
= Determinismo geográfico (evolução social).
= Determinismo racial (evolução biológica).
04. Socialismos:
• Socialismo utópico (Precursores do socialismo):
- Claude Saint-Simon: Sociedade sem ociosos.
- Charles Fourier: Teoria dos falanstérios.
- Robert Owen: Construção das primeiras associações operárias (Trade Unions).
• Socialismo Científico (Karl Marx / Friedrich Engels, Manifesto Comunista - 1848):
- Materialismo histórico.
- Teoria da luta de classes.
- Caminho para a transformação social: Revolução socialista.
• Anarquismo (Mikhail Bakunin, catecismo revolucionário):
- Uso da violência revolucionária.
- Destruição total da burguesia e das instituições burguesas.
- construção imediata de uma sociedade comunista.
• Socialismo Cristão (Leão XIII, Encíclica Rerum Novarum, 1893):
- Condenação do Marxismo e Anarquismo.
- Reconhecimento da questão social.
- Apelo ao espírito cristão: Estado e Burguesia.
As unificações italiana e alemã – aula.
01. Causas gerais
• Revolução industrial: Norte da Itália e leste da Alemanha – buscam por mercados consumidores (unificação do mercado nacional).
• Ideologia nacionalista e romântica: base teórica para o processo de construção do Estado nacional (valorização da cultura e do passado nacional).
• Existência de projetos de unificação:
- República democrática: classes populares.
- Monarquia constitucional e censitária: Adesão burguesa.
02. A unificação italiana:
• A Itália pré-unificação:
- Economia de base agrária e industrialização restrita ao reino do Piemone-Sardenha (Casa de Savóia – Vitor Emanuel II).
- Fragmentação política.
- Interferências externas: Áustria (Veneza-Lombardia) e França (reino das duas Sicílias).
• A luta pela unificação:
- Década de 1830: Atuação dos carbonários (Vanguardismo, isolamento político – fracasso).
- Revoluções de 1848: Movimento “jovem Itália” (Giuseppe Mazzini) – República e democracia (ausência do apoio burguês).
• Guerras de unificação (1848-1870):
- Liderança do Piemonte-Sardenha (Camilo de Cavour).
- Estratégia: Industrialização, militarização, Alianças externas (Prússia) e apoio burguês.
- Conflitos:
* Contra a Áustria (1859)
* Revolta dos camponeses (sul) – Giuseppe Garibaldi (projeto republicano e democrático – “camisas vermelhas”.
* Invasão de Roma (1870).
• Consequências:
- Questão romana.
- Fortalecimento italiano na Europa.
- Consolidação das desigualdades regionais.
03. Unificação alemã:
• A confederação germânica em 1848:
- Disputa de Hegemonia: Áustria (agrária) X Prússia (Industrial).
- Zollvenrein (1834) – União aduaneira dos Estados alemães sem a presença da Áustria.
• Etapas da unificação:
- Ascensão de Bismarck: Estratégia – industrialização, militarismo e nacionalismo.
- política beligerante:
Guerra dos ducados (Dinamarca, 1864) / Guerra contra a Áustria (1866) – anexação de todo o Norte da Alemanha (confederação germânica do norte – 1867).
Guerra franco-prussiana (1870) – Alsácia-Lorena e sul da Alemanha.
• Consequências da Unificação:
- Aprofundamento da industrialização alemã.
- Corrida imperialista.
- Corrida armamentista.
EUA: A POTÊNCIA MUNDIAL EMERGENTE
A FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL
• Final da guerra de independência (1783) – Paz de Versalhes.
• Organização do Estado nacional – Correntes políticas:
1. Republicana (Thomas Jefferson) – autonomia administrativa para os estados. Origem do atual partido democrata.
2. Federalista (Alexandre Hamilton) – Governo central forte. Origem do atual partido republicano.
• Constituição de 1787 : pode ser considerada, historicamente, como a primeira constituição que procurou por em prática os princípios iluministas. Suas principais características são:
a) República federativa presidencialista com autonomia administrativa para os estados.
b) Divisão constitucional dos poderes.
c) Igualdade jurídica entre todos os cidadãos.
CONSOLIDAÇÃO E EXPANSÃO DOS EUA
A partir da presidência de George Washington (1789-1797) e nos governos posteriores, consolidou-se o desenvolvimento comercial, industrial e financeiro do país. Esse processo, criou espaços para o crescimento populacional que foi impulsionado sobretudo pela imigração como demonstra a tabela abaixo:
Evolução populacional norte-americana (séculos XVIII e XIX)
ANO POPULAÇÃO ESTIMADA
1780 3,5 MILHÕES.
1860 31 MILHÕES.
1890 63 MILHÕES.
1900 80 MILHÕES.
FONTE: VICENTINO, Cláudio. História geral. São Paulo: SCIPIONE, 2002, P.329.
O binômio desenvolvimento econômico/crescimento demográfico estimulou a expansão territorial na América do norte (expansão interior) e ampliação da atuação econômica em todo continente (expansão exterior).
As guerras napoleônicas e o bloqueio continental na Europa afetaram o crescente comércio que os EUA vinham desenvolvendo com a América latina e o próprio continente europeu. A Inglaterra, interessada em consolidar sua hegemonia no mercado americano, passou a pressionar no sentido de barrar o comercio entre a América, aliados europeus e os EUA, gerando os atritos comerciais que levaram a eclosão da segunda guerra de independência (1812-1814). Ao final do conflito foi assinada a paz eterna de Gand que estabeleceu:
• A confirmação da região dos grandes lagos como zona neutra.
• Fixação da fronteira dos EUA com o Canadá inglês.
Essa foi uma guerra importante na História norte-americana do século XIX e que provocaria outras conseqüências:
• Forte sentimento nacionalista norte americano como base para a elaboração da Doutrina Monroe (1823) – “a América para os americanos”.
• Início posterior da corrida para o oeste. Partindo do litoral atlântico, os pioneiros avançaram para o interior até chegar à costa ocidental, alcançando o pacífico.
Em meados do século XIX os EUA se tornariam um país de dimensões continentais graças aos avanços sobre territórios que foram obtidos a custa do massacre das populações indígenas interioranas, por meio de compra e através da guerra:
• 1803 – Compra da LOUISIANA que pertencia à França.
• 1819 – Compra da Flórida, junto à Espanha.
• 1848 – Guerra contra o México, que, pelo tratado de Guadalupe-Hidalgo, perdeu dois milhões de quilômetros quadrados de seu território, dando origem nos EUA ao Texas, a Califórnia, ao novo México, ao Arizona, a Utah e a Nevada. Com essas anexações alcançava-se o pacifico e concluía-se a corrida para o oeste.
• 1867 – Compra do Alasca, junto à Rússia.
Embora os interesses econômicos sejam palpáveis, a expansão territorial foi justificada pela doutrina do destino manifesto que afirmava o direito dos EUA de unificar as áreas situadas entre o Atlântico e o Pacifico. A expansão territorial do século XIX, em verdade, foi um processo de expansão capitalista internacional que abriu espaços para o alcance de novos mercados.
A GUERRA DE SECESSÃO (1861-1865)
CAUSAS:
• Rivalidades econômicas, sociais e políticas entre os estados do norte e do sul.
Obs.
* Origem das rivalidades: modelos de colonização –
NORTE – Povoamento.
SUL – Exploração.
* Situação das duas regiões em meados do século XIX –
NORTE – Processo de industrialização em expansão / Ampliação dos mercados consumidores.
SUL – Agrário, escravista e mantendo o predomínio da aristocracia rural. Representa um entrave para o desenvolvimento do Norte.
* divergências entre o Norte e o sul:
• Causa imediata: Eleição de Abraham Lincoln para a presidência da república com base no apoio do partido republicano. Separação dos estados do sul,liderados pela Carolina do Sul, formando os Estados confederados da América.
CONSEQUENCIAS
• Vitória dos estados do norte e manutenção da unidade territorial.
• Proibição da exploração do trabalho escravo – décima terceira emenda a constituição dos EUA.
• Manutenção da segregação racial nos estados do sul.
• Surgimento da KU-KLUX-KAN, organização racista defensora de políticas segregacionistas contra os negros.
• Consolidação do desenvolvimento industrial e capitalista nos estados do norte.
OS EUA EM FINS DO SÉCULO XIX (características)
• Aceleração do progresso industrial norte-americano que passa a condição de potencia capitalista e imperialista emergente.
• Aprofundamento da DOUTRINA MONROE com a elaboração do Corolário Roosevelt, que fundamentava o estabelecimento da hegemonia dos EUA no continente americano (principalmente na América central) através do intervencionismo, inaugurava-se o BIG STICK. Como expressões desse intervencionismo crescente destacaram-se as intervenções norte-americanas em Cuba (1898-1901), no Panamá (1903) e Nicarágua (1908 e 1933).
• Consolidação da tutela econômica sobre a totalidade da América do sul, principalmente no período posterior ao termino da primeira guerra mundial.
As revoluções européias do século XIX
01. Bases teóricas:
• Liberalismo político:
- Expressão do racionalismo na Política.
- Origem do Estado: Contrato entre os Homens.
- Papel do Estado: promover o bem comum.
- Separação entre Estado (razão) e Igreja (fé).
02. A França no século XIX:
3.1. A revolução de 1830:
• Causas:
- Política da Restauração: restabelecimento dos direitos nobiliárquicos, repressão política e censura a imprensa.
- Insatisfação social: Impostos feudais e depressão econômica (más colheitas).
• Evento: Julho de 1830 (Abdicação de Carlos X) – ascensão de Luís Felipe de Orleans (rei burguês).
• Importância: Derrota da aristocracia e surgimento político do proletariado (BARRICADAS EM PARÍS)..
3.2. A monarquia burguesa (1830-48):
• Características:
- Manutenção da estrutura econômica e social (lento processo de industrialização).
- Reforma educacional: ensino primário (vilas), ensino técnico (cidades) e Liceus (departamentos).
- Corrupção administrativa (reforma de Paris).
• Formação da oposição:
- liberais moderados (ampliação da industrialização).
- republicanos radicais (reformas sociais e políticas – democracia / República).
- Política dos banquetes.
3.3. A revolução de 1848:
• Causas:
- Política da Monarquia burguesa: Inércia, Corrupção e repressão.
- Crise econômica francesa: fome / miséria e insatisfação social.
• Evento: Fevereiro de 1848 – queda da Monarquia e proclamação da República.
• Governo republicano (1848-52):
- Aliança entre Burguesia e proletariado (voto universal e oficinas nacionais).
- Junho de 1848: Burguesia X proletariado. Forte repressão antioperária.
- Ascensão de Luís Napoleão Bonaparte (razões): Insegurança da Burguesia e Mito napoleônico.
- 1852: Instituição do Império.
• Importância histórica: caráter internacional – “primavera dos povos”. Liberalismo, socialismo e nacionalismo.
3.4. Governo de Napoleão III:
• Fracasso do imperialismo Francês: derrota na guerra franco-prussiana (perda da Alsácia-Lorena e queda de Napoleão III). Proclamação da terceira república francesa.
A Comuna de Paris (1871)
• Primeiro governo socialista da História.
• Reação contra o predomínio burguês na política.
• Governo autônomo de Paris:
- Força armada popular.
- Governo comunitário.
- Ensino laico, gratuito e obrigatório.
- Abolição da propriedade privada.
• Desfecho: Forte repressão burguesa (apoio alemão).
A EXPANSÃO IMPERIALISTA DO SÉCULO XIX
1. Fatores:
• Segunda revolução industrial (1860/1950) - aço, eletricidade e petróleo – crescimento da produção industrial – crises de superprodução – busca por mercados consumidores.
• Existência de capitais excedentes (obsoletos) – busca por áreas de investimento.
• Crescimento demográfico europeu (aumento das tensões sociais) – busca por áreas de escoamento.
• Necessidade de áreas estratégicas – construção de bases visando à segurança do comércio internacional.
• JUSTIFICATIVA: “missão civilizadora do homem branco europeu” – expansão do progresso científico e cultural.
2. Diferenças entre colonialismo do século XVI e imperialismo do século XIX:
3. Características da expansão Imperialista do século XIX:
• Concentração de capitais: Capital industrial + Capital financeiro = associações monopolistas (Holdings, trustes e cartéis) – CAPITALISMO INDUSTRIAL E FINANCEIRO.
• Formas da dominação imperialista:
a) Dominação direta: Ocupação dos cargos governamentais por agentes metropolitanos (colônia), ocupação militar.
b) Dominação indireta (protetorado): Alianças com as elites coloniais, aparente independência política com profunda subordinação econômica.
4. Conseqüências:
• Partilha afro-asiática: divisão dos continentes africano e asiático entre as principais potencias imperialistas.
• Aprofundamento das disputas interimperialistas – corrida armamentista – primeira guerra mundial.
• Progresso do capitalismo europeu e subdesenvolvimento econômico + submissão política dos povos africanos e asiáticos.
A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914/1918)
1. Fatores:
• Aprofundamento das disputas imperialistas: Alemanha X Inglaterra.
• Paz armada: Corrida armamentista – grande desenvolvimento da indústria bélica
Formação de Alianças –
Tríplice aliança (Alemanha, Império austro-húngaro e Itália) X Entente (Inglaterra, França e Rússia).
• Reaparecimento de nacionalismos:
- Alemanha – Pan-germanismo.
- França – Revanchismo.
- Rússia – Pan-eslavismo.
- Sérvia – Grande Sérvia.
• Questão balcânica: interesses -
- Rússia – Saída para o Mediterrâneo (domínio sobre os estreitos de bósforo e dardanelos).
- Império austro-húngaro – Conquista da Bósnia-herzegovina.
- Alemanha – Ferrovia Berlim – Bagdá.
• Causa imediata - Assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando.
2. Desdobramentos:
• Tratado de Versalhes (1919) – revanchismo anti-alemão – ressurgimento do nacionalismo – nazismo – segunda guerra mundial.
• Revolução russa (1917) – surgimento do primeiro Estado socialista da História.
• Declínio do capitalismo europeu.
• Ascensão dos EUA.
REVOLUÇÃO RUSSA (1917)
01. FATORES:
• Rússia pré – revolucionária:
- Economia: Base agrária / industrialização incipiente e dependente (França, Inglaterra e EUA).
- Sociedade em transição: domínio aristocrático (clero e nobreza) / Burguesia frágil / concentração proletária / predominância camponesa (80%).
- Política: Estado absolutista (Czarismo).
- Cultura clerical e importação de valores euro-ocidentais.
• Atuação da Oposição – Grupos:
- Partido dos kadetes – burguesia – parlamentarista.
- Partido Operário social-democrata russo (marxistas) – Proletariado – socialismo.
Divisão:
Mencheviques (Revolução burguesa e, só depois, uma revolução socialista).
Bolcheviques (Revolução socialista de imediato).
- Niilistas – anarquistas – construção imediata do comunismo.
• Revolução de 1905 – Formação dos sovietes (conselhos formados por representantes de operários, soldados e camponeses). Serviram de base para a realização da revolução de 1917.
• Causa imediata – participação russa na primeira guerra mundial (aprofundamento da miséria social).
02. PROCESSO REVOLUCIONÁRIO (FASES)
• Revolução de fevereiro = Ascensão de Kadetes e mencheviques – república parlamentarista / manutenção da Rússia na primeira guerra mundial.
• Oposição dos bolcheviques (Lênin, Trotsky e Stálin) – Teses de Abril – paz, pão e terra.
• Revolução de outubro = Ascensão dos Bolcheviques – Saída da Rússia da primeira guerra mundial / nacionalização do capital / Reforma agrária radical.
• Conseqüência principal:
- Guerra Civil:
EXERCITO BRANCO (nobreza, Kadetes, Mencheviques).
X
EXERCITO VERMELHO (Bolcheviques, operários e camponeses).
03. O GOVERNO DE LÊNIN (1917 – 1924)
• FASES:
- Guerra civil (1917-1921): Para reunir os recursos que possibilitassem a vitória do exercito vermelho na guerra foi adotada uma política econômica chamada COMUNISMO DE GUERRA (total centralização da produção nas mãos do Estado). Os recursos foram obtidos e o exercito vermelho derrotou o exercito branco em 1921.
- NEP (Nova política econômica, 1921-24): Nessa fase, Lênin defendeu e conseguiu implantar uma política econômica baseada na adoção de algumas características capitalistas sob o controle do Estado. Dentre as principais características da NEP se destacam:
- adoção do sistema de divisão do trabalho nas grandes indústrias.
- liberdade para a existência da pequena propriedade agrária e da pequena indústria domestica em caráter privado.
- liberdade para a comercialização de excedentes nas feiras.
- objetivos alcançados pela NEP: retomada da atividade produtiva, geração de renda, consumo (ciclo virtuoso de desenvolvimento). A Rússia voltou aos mesmos índices de produção do período anterior a primeira guerra mundial.
• Acontecimentos políticos do governo de Lênin:
- 1917: Os Bolcheviques adotam o nome de Partido comunista Russo.
- 1919: é criada a III internacional socialista (Comintern). Objetivo: Espalhar a revolução pelo mundo.
- 1923: as ex. províncias do antigo império russo aderem espontaneamente ao socialismo que esta sendo construído na Rússia assinando o acordo que determinou a criação da URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas). PELO ACORDO as Republicas manteriam sua autonomia administrativa. Em conseqüência deste ato, o partido comunista russo passa a ser chamado de Partido Comunista da União Soviética.
04. DISPUTA PELO PODER (1924-1928):
• Após a morte de Lênin (1924), o poder político foi disputado pelas duas outras principais lideranças da revolução, a saber:
- STÁLIN – Que defendia a tese do socialismo em um só país (consolidar o socialismo soviético e, somente depois, expandi-lo pelo mundo).
- TROTSKY – Defensor da tese conhecida como revolução permanente (Iniciar imediatamente o processo de expansão da revolução socialista pelo mundo).
• Em um congresso do PCUS realizado em fins de 1927, a tese de STÁLIN saiu-se vitoriosa. Na seqüência, TROTSKY foi expulso do PCUS (1928) e da URSS (1929).
05. O GOVERNO DE STÁLIN (1928-1953):
• Economia:
- Fim da NEP;
- Adoção dos planos qüinqüenais elaborados pelo GOSPLAN (Comitê central de planejamento econômico).
* Primeiro Plano qüinqüenal (1928-1933):
A. Desenvolvimento da indústria de base.
B. Coletivização da propriedade agrária. Formação dos KOLKHOZES (cooperativas coletivistas) E SOVKHOZES (Fazendas estatais).
Obs. No processo de coletivização das terras houve grande resistência por parte dos camponeses o que resultou em uma ação repressora do Estado (Executada sob o comando do GPU – ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA DO ESTADO, Policia Política) que resultou no assassinato de milhões de camponeses ou nos envio dos mesmos para os GULAKS (campos de trabalhos forçados localizados na Sibéria).
• Sociedade:
- A burocracia dirigente do PCUS e do Estado (CONHECIDA PELA DENOMINAÇÃO DE NOMENKLATURA) passou a controlar as riquezas sociais e a usufruir de privilégios que, praticamente, a separou do restante da sociedade. A maioria da sociedade permaneceu submetida a um nivelamento social que as assegurou as mínimas condições de uma existência material digna. Contraditoriamente com a teoria marxista, foi instituída uma nova forma de desigualdade social.
• Política:
- Após a tomada do poder, Stálin tratou de consolidá-lo através dos “expurgos de Moscou” (1936-38): Mediante processos forjados, as antigas lideranças da revolução de 1917 (A exemplo de ZINOVIEV, KAMENEV e BUKHARIN) foram sendo acusadas, condenadas e executadas por traição ao socialismo. Outras lideranças assassinadas foram KIROV (sua popularidade era vista como ameaça ao poder de Stálin) e TROTSKY (morto pelo agente do GPU Ramon Mercáder, no México, em 1940, a mando de Stálin).
• Cultura:
- O Estado stalinista procurou moldar, de acordo com seus interesses, a produção cultural e cientifica na URSS. Para tanto, foi instituído o REALISMO SOCIALISTA cujas principais características eram:
A. ARTE: Produção de uma arte ufanista que exaltava o Estado socialista e a liderança do próprio Stálin (CULTO A PARSONALIDADE DE STÁLIN).
B. CIÊNCIA: A produção cientifica nas universidade passou a ser direcionada pelos interesses do Estado socialista.
A CRISE DE 1929
Os acontecimentos de 1929 foram definidos como uma crise de superprodução, como explica Leo Huberman: “... a crise que começou a existir com o advento do sistema capitalista,... parece parte e parcela do nosso sistema econômico; é caracterizado não pela escassez, mas pela superabundância. Nela os preços, ao invés de subirem, caem.” (Historia da Riqueza do Homem).
Alem da superabundância, o mesmo autor aponta outros sintomas da crise: desemprego, falta de opções para aplicação de capital, queda dos lucros, retração geral da produção industrial e paralisação do comércio.
Muitas das empresas norte-americanas, na década de 1920, haviam crescido graças aos investimentos captados nas bolsas de valores. A ausência de opções para o investimento dos capitais obsoletos determinou uma corrida de investidores as bolsas de valores em busca de ações, o que determinou uma alta geral de preços (Quando uma empresa precisava de capital para expandir seus empreendimentos, colocava à venda ações que garantiam aos seus compradores a participação nos lucros futuros das firmas). No momento em que esses empreendimentos começaram a apresentar prejuízos (Um lote de ações não encontrou compradores), os investidores entraram em pânico. O que aconteceu nos Estados Unidos, em 1929, foi uma corrida dos investidores querendo vender suas ações para evitar a perda do dinheiro investido.
No final do mês de outubro de 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque não suportou a pressão pelas vendas e foi obrigada a fechar o pregão. Como se diz no Jargão do mercado, “a Bolsa quebrou”. Bilhões de dólares investidos no mercado de ações desapareceram de um dia para o outro. Fortunas construídas através da especulação desmancharam-se no ar como fumaça e milhares de empresas faliram (segundo VICENTINO, 85.000 empresas e 4.000 bancos).
A crise norte-americana repercutiu no mundo todo (DEPENDENTE DOS CAPITAIS NORTE-AMERICANOS), exceto na URSS, que vinha desenvolvendo sua economia sem dependência das finanças externas.
O New Deal (1933-1939)
A crise iniciada em 1929 começou a ser combatida em 1933, quando foi eleito Franklin Delano Roosevelt, que baseou sua campanha eleitoral na promessa de atacar a crise. Sua primeira ação foi quebrar os pressupostos do Liberalismo econômico e promover uma intervenção do Estado na economia através de um plano econômico denominado New Deal. A equipe que montou o plano entendia que o Estado deveria fornecer os meios para que as pessoas voltassem a consumir, reaquecendo, assim, a economia. Dessa forma, o salário-desemprego e a formação de frentes de trabalho subvencionadas pelo governo deixavam de ser considerados gastos e passaram a ser entendidos como investimentos.
As medidas adotadas pelo New Deal, para estimular a economia e debelar a crise foram:
• Criação do salário-desemprego;
• Estimulo a atividades que geravam empregos, mas que não resultavam em produção de bens, como a construção ou reparo de obras publicas;
• Aumento dos salários dos trabalhadores de baixa renda;.
• Controle dos preços dos produtos de primeira necessidade;
• Empréstimos estatais aos produtores agrícolas arruinados.
O New Deal deu resultado e a economia norte-americana conseguiu se recuperar com apenas dez anos. O plano dos economistas contratados por Roosevelt representou o resgate do Capitalismo através da criação de um novo caminho que incluía a intervenção do Estado para evitar crises e abusos econômicos. Essa idéia central estava fundamentada nas teorias do economista John Maynard Keynes e, por isso, foi batizada de Keynesianismo ou neocapitalismo.
OS GOVERNOS TOTALITÁRIOS NA EUROPA (FASCISMO ITALIANO E NAZISMO)
No período Entreguerras proliferaram os regimes totalitários, governos militarizados, que baseavam seu poder na força das armas e da propaganda política. Podem ser considerados como reações nacionalistas extremadas as perdas que alguns países sofreram ao fim da primeira guerra mundial.
Os efeitos da Primeira Guerra Mundial e da crise econômica que se abateu sobre a Europa, por toda a década de 1920, geraram uma insegurança quanto ao futuro de muitos países. O desemprego em massa, a constante alta do custo de vida e as dificuldades em solucionar essas questões criaram uma descrença no Liberalismo e nos valores democráticos.
Por outro lado, havia o exemplo da Rússia, que se aparentava manter protegida da crise que assolava o restante da Europa. A revolução proletária parecia ter dado certo, não se falava de desemprego e de carestia no Estado socialista. Era natural que uma grande parte da classe trabalhadora chegasse à conclusão de que a solução definitiva para seus problemas era o processo revolucionário. Por isso, em alguns países, sobretudo na Itália e na Alemanha, as teses socialistas ganhavam cada vez mais adeptos.
A crise econômica sem perspectiva de soluções, aliadas à expansão do Socialismo, assustou a burguesia, que acabou buscando nos movimentos nazi-fascista o apoio que lhe garantiria a manutenção da propriedade privada e a repressão aos que pensavam em acabar com seus privilégios, sobretudo os grupos políticos de esquerda.
Princípios do Totalitarismo Nazi-Fascista
• Valorização do Estado (totalitarismo). Ancorados no pressuposto de que nada deve existir acima do Estado, fora dele ou contra ele, os nazistas e fascistas depositavam os destinos da nação nas mãos do Estado e o governante acabava por encarnar o Estado.
• Obediência cega ao líder. Era outro fundamento das teses totalitárias.
• Supervalorização da nação em detrimento do individuo, baseado no principio de que a organização nacional é o mais alto principio da sociedade.
• Xenofobia. Conduzido ao extremo, chegou, na Alemanha, a idéia de superioridade da raça ariana e a prática da solução final contra judeus (Antisemitismo) e outros grupos considerados inferiores.
• Militarismo. Pregava a “função regeneradora da guerra”, na solução dos problemas econômicos e sociais.
• Anticomunismo. O comunismo marxista foi identificado como principal inimigo do totalitarismo de direita. Os fascistas e nazistas afirmavam que o comunismo promovia a desunião e enfraquecimento nacional já que estava fundamentado na idéia de luta de classes.
• Corporativismo: Peculiaridade do totalitarismo italiano. O povo, produtor de riquezas, organizava-se em corporações sindicais, que governavam o pais através do partido fascista, que era o próprio Estado. Negava-se a existência da oposição entre classes porque cabia ao Estado harmonizar os interesses sociais.
Um dos mais conhecidos lemas do Nazi-Fascismo – Acredita! Obedece! Luta! -, resume os princípios fundamentais dessa doutrina., Acreditar nos pressupostos da doutrina. Obedecer cegamente ao líder. Lutar contra os adversários da doutrina.
É preciso refletir sobre o apoio da população de paises como Alemanha e Itália aos princípios nazi-fascistas. Havia forças muito significativas trabalhando contra a liberdade. Em primeiro lugar, grande parte da população da Europa vivia um período de incertezas: as lideranças nazi-fascistas, habilmente, prometiam um futuro de gloria e de riqueza (NA VERSÃO NAZISTA O III REICH, NA VERSÃO FASCISTA O RESGATE DA GLÓRIA DO ANTIGO IMPÉRIO ROMANO) e a destruição daqueles que “eram os responsáveis pelo sofrimento”, IDENTIFICADOS COMO comunistas, democratas, judeus, homossexuais, ciganos, poloneses, eslavos e outras “minorias”.
Ao lado dessa promessa de futuro grandioso, havia uma intensa propaganda que tinha o objetivo de seduzir as mentes mais resistentes. Eram constantes as demonstrações do poderio militar, a mistificação do líder, a criação de valores que engrandeciam a figura dos militares em relação ao restante da sociedade. Essas peças de propaganda não eram casuais, havia uma elaboração muito bem pensada, discutida pelo alto escalão dos partidos e aplicada de acordo com os mais modernos princípios da comunicação em massa da época.
O totalitarismo de direita se expandiu porque encontrou uma conjuntura social favorável; o discurso nazi-fascista, proferia o que as pessoas queriam ouvir e o Estado oferecia apoio aos que se encontravam abandonados pelo poder publico.
A segunda guerra Mundial (1939-1945).
01. Causas:
• Tratado de Versalhes (1919) – Revanchismo contra a Alemanha – Crescimento do Nacionalismo Alemão – Ascensão do Nazismo – Belicismo / Expansionismo – Segunda guerra mundial.
• Continuidade das Disputas Imperialistas (expansionismo do Eixo):
- Japão: Manchúria (1931).
- Itália: Etiópia (1935).
- Alemanha: Sarre (1935), Renania (1936), Áustria (1938), Tchecoslováquia (1939).
• Política de Apaziguamento (Inglaterra e França): Concessões para evitar confronto – Conferência de Munique (1939).
• Guerra civil espanhola (1936-38): laboratório militar do eixo.
• Pacto Germano-soviético (1939): Divisão da Polônia e Neutralidade da URSS.
• Causa Imediata: Invasão da Polônia (1939).
02. Fases da Guerra:
• 1939-1941: Vitórias do Eixo - Ocupação da França (1940), Batalha da Inglaterra (1940) e invasão da URSS (1941).
• 1941 – 1943: Equilíbrio de forças - Entrada dos EUA.
• 1943 – 1945: Vitória dos Aliados - Stalingrado, Ofensiva Soviética e Dia D.
03. Conseqüências:
• Conferencias de Paz:
- Yalta (1945): ONU, Domínio soviético na Europa oriental, Divisão da Coréia.
- Postdam (1945): Divisão e desnazificação da Alemanha, Tribunal de Nuremberg, Indenização alemã.
• Declínio do capitalismo Europeu e Ascensão dos Estados Unidos (consolidação).
• Nova ordem internacional: Bipolaridade – Capitalismo (EUA) X Socialismo (URSS).
• Descolonização Afro-asiática.
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