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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

MEMOREX - HISTÓRIA GERAL - CONTEMPORÂNEA I

Doutrinas políticas e sociais do século XIX


01. Contexto histórico:

• Revolução industrial – Surgimento de uma nova luta de classes: Burguesia X proletariado.

• Liberalismo: justificação da ordem burguesa.

• Socialismos: contraposições a ordem burguesa.

02. Liberalismo:

• Adam Smith (A riqueza das nações – 1776):

- Leis naturais da economia.

- Não-intervenção do Estado nas relações econômicas.

- Liberdade de comércio, produção, concorrência e contrato.

OBS. TRABALHO – FONTE DE TODAS AS RIQUEZAS.

 Thomas Robert Malthus (Ensaio sobre o principio da população):

- Pessimismo social / justificação da miséria.

- Lei do crescimento população / produção: população (P. G.) e Produção (P. A.).

• David Ricardo (Princípios de economia política e tributação):

- Lei férrea dos salários: Salário = Sobrevivência.

03. Aplicações do liberalismo:

• Liberalismo político:

- Defesa dos direitos individuais (vida, propriedade e liberdade).

- Papel do Estado: Garantia dos direitos individuais.

- Visão do Estado: Separação dos poderes (Montesquieu).

- Cidadania limitada: Voto censitário (renda).

• Nacionalismo:

- Liberdade da Nação (Estado próprio).

= Visão burguesa: independência da nação.

= Visão popular: independência da nação e voto universal.

- Projetos nacionalistas:

= Unificação e liberdade nacional (Itália e Alemanha);

= Expansão Nacional (imperialismo) – Alemanha (Pan-germanismo), Rússia (Pan-eslavismo) e Sérvia (grande Sérvia).

• Romantismo:

- Corrente artística da burguesia (oposição ao classicismo do antigo regime).

- Valores:

= Sentimentalismo (valorização da emoção em detrimento da razão).

= Nacionalismo ufanista (busca das origens nacionais).

= Abolição do formalismo estético.

• Positivismo (Auguste Comte):

- Cientificismo: ciência = verdade (solução).

- Exaltação da tecnologia.

- História = progresso constante (o futuro é melhor que o presente e este é melhor que o passado).

- Defesa do capitalismo (estágio mais avançado).

• Evolucionismo (Darwin, origem das espécies, 1859):

- Os seres biológicos evoluem sempre (adaptação ao meio ambiente).

- Reflexos:

= Determinismo geográfico (evolução social).

= Determinismo racial (evolução biológica).

04. Socialismos:

• Socialismo utópico (Precursores do socialismo):

- Claude Saint-Simon: Sociedade sem ociosos.

- Charles Fourier: Teoria dos falanstérios.

- Robert Owen: Construção das primeiras associações operárias (Trade Unions).

• Socialismo Científico (Karl Marx / Friedrich Engels, Manifesto Comunista - 1848):

- Materialismo histórico.

- Teoria da luta de classes.

- Caminho para a transformação social: Revolução socialista.

• Anarquismo (Mikhail Bakunin, catecismo revolucionário):

- Uso da violência revolucionária.

- Destruição total da burguesia e das instituições burguesas.

- construção imediata de uma sociedade comunista.

• Socialismo Cristão (Leão XIII, Encíclica Rerum Novarum, 1893):

- Condenação do Marxismo e Anarquismo.

- Reconhecimento da questão social.

- Apelo ao espírito cristão: Estado e Burguesia.


As unificações italiana e alemã – aula.


01. Causas gerais

• Revolução industrial: Norte da Itália e leste da Alemanha – buscam por mercados consumidores (unificação do mercado nacional).

• Ideologia nacionalista e romântica: base teórica para o processo de construção do Estado nacional (valorização da cultura e do passado nacional).

• Existência de projetos de unificação:

- República democrática: classes populares.

- Monarquia constitucional e censitária: Adesão burguesa.

02. A unificação italiana:

• A Itália pré-unificação:

- Economia de base agrária e industrialização restrita ao reino do Piemone-Sardenha (Casa de Savóia – Vitor Emanuel II).

- Fragmentação política.

- Interferências externas: Áustria (Veneza-Lombardia) e França (reino das duas Sicílias).

• A luta pela unificação:

- Década de 1830: Atuação dos carbonários (Vanguardismo, isolamento político – fracasso).

- Revoluções de 1848: Movimento “jovem Itália” (Giuseppe Mazzini) – República e democracia (ausência do apoio burguês).

• Guerras de unificação (1848-1870):

- Liderança do Piemonte-Sardenha (Camilo de Cavour).

- Estratégia: Industrialização, militarização, Alianças externas (Prússia) e apoio burguês.

- Conflitos:

* Contra a Áustria (1859)

* Revolta dos camponeses (sul) – Giuseppe Garibaldi (projeto republicano e democrático – “camisas vermelhas”.

* Invasão de Roma (1870).

• Consequências:

- Questão romana.

- Fortalecimento italiano na Europa.

- Consolidação das desigualdades regionais.

03. Unificação alemã:

• A confederação germânica em 1848:

- Disputa de Hegemonia: Áustria (agrária) X Prússia (Industrial).

- Zollvenrein (1834) – União aduaneira dos Estados alemães sem a presença da Áustria.

• Etapas da unificação:

- Ascensão de Bismarck: Estratégia – industrialização, militarismo e nacionalismo.

- política beligerante:

Guerra dos ducados (Dinamarca, 1864) / Guerra contra a Áustria (1866) – anexação de todo o Norte da Alemanha (confederação germânica do norte – 1867).

Guerra franco-prussiana (1870) – Alsácia-Lorena e sul da Alemanha.

• Consequências da Unificação:

- Aprofundamento da industrialização alemã.

- Corrida imperialista.

- Corrida armamentista.


EUA: A POTÊNCIA MUNDIAL EMERGENTE


A FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL

• Final da guerra de independência (1783) – Paz de Versalhes.

• Organização do Estado nacional – Correntes políticas:

1. Republicana (Thomas Jefferson) – autonomia administrativa para os estados. Origem do atual partido democrata.

2. Federalista (Alexandre Hamilton) – Governo central forte. Origem do atual partido republicano.

• Constituição de 1787 : pode ser considerada, historicamente, como a primeira constituição que procurou por em prática os princípios iluministas. Suas principais características são:

a) República federativa presidencialista com autonomia administrativa para os estados.

b) Divisão constitucional dos poderes.

c) Igualdade jurídica entre todos os cidadãos.

CONSOLIDAÇÃO E EXPANSÃO DOS EUA

A partir da presidência de George Washington (1789-1797) e nos governos posteriores, consolidou-se o desenvolvimento comercial, industrial e financeiro do país. Esse processo, criou espaços para o crescimento populacional que foi impulsionado sobretudo pela imigração como demonstra a tabela abaixo:

Evolução populacional norte-americana (séculos XVIII e XIX)

ANO                                       POPULAÇÃO ESTIMADA

1780                                        3,5 MILHÕES.

1860                                        31 MILHÕES.

1890                                        63 MILHÕES.

1900                                        80 MILHÕES.

FONTE: VICENTINO, Cláudio. História geral. São Paulo: SCIPIONE, 2002, P.329.

O binômio desenvolvimento econômico/crescimento demográfico estimulou a expansão territorial na América do norte (expansão interior) e ampliação da atuação econômica em todo continente (expansão exterior).

As guerras napoleônicas e o bloqueio continental na Europa afetaram o crescente comércio que os EUA vinham desenvolvendo com a América latina e o próprio continente europeu. A Inglaterra, interessada em consolidar sua hegemonia no mercado americano, passou a pressionar no sentido de barrar o comercio entre a América, aliados europeus e os EUA, gerando os atritos comerciais que levaram a eclosão da segunda guerra de independência (1812-1814). Ao final do conflito foi assinada a paz eterna de Gand que estabeleceu:

• A confirmação da região dos grandes lagos como zona neutra.

• Fixação da fronteira dos EUA com o Canadá inglês.

Essa foi uma guerra importante na História norte-americana do século XIX e que provocaria outras conseqüências:

• Forte sentimento nacionalista norte americano como base para a elaboração da Doutrina Monroe (1823) – “a América para os americanos”.

• Início posterior da corrida para o oeste. Partindo do litoral atlântico, os pioneiros avançaram para o interior até chegar à costa ocidental, alcançando o pacífico.

Em meados do século XIX os EUA se tornariam um país de dimensões continentais graças aos avanços sobre territórios que foram obtidos a custa do massacre das populações indígenas interioranas, por meio de compra e através da guerra:

• 1803 – Compra da LOUISIANA que pertencia à França.

• 1819 – Compra da Flórida, junto à Espanha.

• 1848 – Guerra contra o México, que, pelo tratado de Guadalupe-Hidalgo, perdeu dois milhões de quilômetros quadrados de seu território, dando origem nos EUA ao Texas, a Califórnia, ao novo México, ao Arizona, a Utah e a Nevada. Com essas anexações alcançava-se o pacifico e concluía-se a corrida para o oeste.

• 1867 – Compra do Alasca, junto à Rússia.

Embora os interesses econômicos sejam palpáveis, a expansão territorial foi justificada pela doutrina do destino manifesto que afirmava o direito dos EUA de unificar as áreas situadas entre o Atlântico e o Pacifico. A expansão territorial do século XIX, em verdade, foi um processo de expansão capitalista internacional que abriu espaços para o alcance de novos mercados.

A GUERRA DE SECESSÃO (1861-1865)

CAUSAS:

• Rivalidades econômicas, sociais e políticas entre os estados do norte e do sul.

Obs.

* Origem das rivalidades: modelos de colonização –

NORTE – Povoamento.

SUL – Exploração.

* Situação das duas regiões em meados do século XIX –

NORTE – Processo de industrialização em expansão / Ampliação dos mercados consumidores.

SUL – Agrário, escravista e mantendo o predomínio da aristocracia rural. Representa um entrave para o desenvolvimento do Norte.

* divergências entre o Norte e o sul:


• Causa imediata: Eleição de Abraham Lincoln para a presidência da república com base no apoio do partido republicano. Separação dos estados do sul,liderados pela Carolina do Sul, formando os Estados confederados da América.

CONSEQUENCIAS

• Vitória dos estados do norte e manutenção da unidade territorial.

• Proibição da exploração do trabalho escravo – décima terceira emenda a constituição dos EUA.

• Manutenção da segregação racial nos estados do sul.

• Surgimento da KU-KLUX-KAN, organização racista defensora de políticas segregacionistas contra os negros.

• Consolidação do desenvolvimento industrial e capitalista nos estados do norte.

OS EUA EM FINS DO SÉCULO XIX (características)

• Aceleração do progresso industrial norte-americano que passa a condição de potencia capitalista e imperialista emergente.

• Aprofundamento da DOUTRINA MONROE com a elaboração do Corolário Roosevelt, que fundamentava o estabelecimento da hegemonia dos EUA no continente americano (principalmente na América central) através do intervencionismo, inaugurava-se o BIG STICK. Como expressões desse intervencionismo crescente destacaram-se as intervenções norte-americanas em Cuba (1898-1901), no Panamá (1903) e Nicarágua (1908 e 1933).

• Consolidação da tutela econômica sobre a totalidade da América do sul, principalmente no período posterior ao termino da primeira guerra mundial.

As revoluções européias do século XIX


01. Bases teóricas:

• Liberalismo político:

- Expressão do racionalismo na Política.

- Origem do Estado: Contrato entre os Homens.

- Papel do Estado: promover o bem comum.

- Separação entre Estado (razão) e Igreja (fé).

02. A França no século XIX:

3.1. A revolução de 1830:

• Causas:

- Política da Restauração: restabelecimento dos direitos nobiliárquicos, repressão política e censura a imprensa.

- Insatisfação social: Impostos feudais e depressão econômica (más colheitas).

• Evento: Julho de 1830 (Abdicação de Carlos X) – ascensão de Luís Felipe de Orleans (rei burguês).

• Importância: Derrota da aristocracia e surgimento político do proletariado (BARRICADAS EM PARÍS)..

3.2. A monarquia burguesa (1830-48):

• Características:

- Manutenção da estrutura econômica e social (lento processo de industrialização).

- Reforma educacional: ensino primário (vilas), ensino técnico (cidades) e Liceus (departamentos).

- Corrupção administrativa (reforma de Paris).

• Formação da oposição:

- liberais moderados (ampliação da industrialização).

- republicanos radicais (reformas sociais e políticas – democracia / República).

- Política dos banquetes.

3.3. A revolução de 1848:

• Causas:

- Política da Monarquia burguesa: Inércia, Corrupção e repressão.

- Crise econômica francesa: fome / miséria e insatisfação social.

• Evento: Fevereiro de 1848 – queda da Monarquia e proclamação da República.

• Governo republicano (1848-52):

- Aliança entre Burguesia e proletariado (voto universal e oficinas nacionais).

- Junho de 1848: Burguesia X proletariado. Forte repressão antioperária.

- Ascensão de Luís Napoleão Bonaparte (razões): Insegurança da Burguesia e Mito napoleônico.

- 1852: Instituição do Império.

• Importância histórica: caráter internacional – “primavera dos povos”. Liberalismo, socialismo e nacionalismo.

3.4. Governo de Napoleão III:

• Fracasso do imperialismo Francês: derrota na guerra franco-prussiana (perda da Alsácia-Lorena e queda de Napoleão III). Proclamação da terceira república francesa.

A Comuna de Paris (1871)

• Primeiro governo socialista da História.

• Reação contra o predomínio burguês na política.

• Governo autônomo de Paris:

- Força armada popular.

- Governo comunitário.

- Ensino laico, gratuito e obrigatório.

- Abolição da propriedade privada.

• Desfecho: Forte repressão burguesa (apoio alemão).

A EXPANSÃO IMPERIALISTA DO SÉCULO XIX


1. Fatores:

• Segunda revolução industrial (1860/1950) - aço, eletricidade e petróleo – crescimento da produção industrial – crises de superprodução – busca por mercados consumidores.

• Existência de capitais excedentes (obsoletos) – busca por áreas de investimento.

• Crescimento demográfico europeu (aumento das tensões sociais) – busca por áreas de escoamento.

• Necessidade de áreas estratégicas – construção de bases visando à segurança do comércio internacional.

• JUSTIFICATIVA: “missão civilizadora do homem branco europeu” – expansão do progresso científico e cultural.

2. Diferenças entre colonialismo do século XVI e imperialismo do século XIX:









3. Características da expansão Imperialista do século XIX:


• Concentração de capitais: Capital industrial + Capital financeiro = associações monopolistas (Holdings, trustes e cartéis) – CAPITALISMO INDUSTRIAL E FINANCEIRO.

• Formas da dominação imperialista:

a) Dominação direta: Ocupação dos cargos governamentais por agentes metropolitanos (colônia), ocupação militar.

b) Dominação indireta (protetorado): Alianças com as elites coloniais, aparente independência política com profunda subordinação econômica.

4. Conseqüências:

• Partilha afro-asiática: divisão dos continentes africano e asiático entre as principais potencias imperialistas.

• Aprofundamento das disputas interimperialistas – corrida armamentista – primeira guerra mundial.

• Progresso do capitalismo europeu e subdesenvolvimento econômico + submissão política dos povos africanos e asiáticos.

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914/1918)


1. Fatores:

• Aprofundamento das disputas imperialistas: Alemanha X Inglaterra.

• Paz armada: Corrida armamentista – grande desenvolvimento da indústria bélica

Formação de Alianças –

Tríplice aliança (Alemanha, Império austro-húngaro e Itália) X Entente (Inglaterra, França e Rússia).

• Reaparecimento de nacionalismos:

- Alemanha – Pan-germanismo.

- França – Revanchismo.

- Rússia – Pan-eslavismo.

- Sérvia – Grande Sérvia.

• Questão balcânica: interesses -

- Rússia – Saída para o Mediterrâneo (domínio sobre os estreitos de bósforo e dardanelos).

- Império austro-húngaro – Conquista da Bósnia-herzegovina.

- Alemanha – Ferrovia Berlim – Bagdá.

• Causa imediata - Assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando.



2. Desdobramentos:

• Tratado de Versalhes (1919) – revanchismo anti-alemão – ressurgimento do nacionalismo – nazismo – segunda guerra mundial.

• Revolução russa (1917) – surgimento do primeiro Estado socialista da História.

• Declínio do capitalismo europeu.

• Ascensão dos EUA.

REVOLUÇÃO RUSSA (1917)


01. FATORES:


• Rússia pré – revolucionária:


- Economia: Base agrária / industrialização incipiente e dependente (França, Inglaterra e EUA).


- Sociedade em transição: domínio aristocrático (clero e nobreza) / Burguesia frágil / concentração proletária / predominância camponesa (80%).


- Política: Estado absolutista (Czarismo).


- Cultura clerical e importação de valores euro-ocidentais.


• Atuação da Oposição – Grupos:


- Partido dos kadetes – burguesia – parlamentarista.


- Partido Operário social-democrata russo (marxistas) – Proletariado – socialismo.


Divisão:


Mencheviques (Revolução burguesa e, só depois, uma revolução socialista).


Bolcheviques (Revolução socialista de imediato).


- Niilistas – anarquistas – construção imediata do comunismo.


• Revolução de 1905 – Formação dos sovietes (conselhos formados por representantes de operários, soldados e camponeses). Serviram de base para a realização da revolução de 1917.


• Causa imediata – participação russa na primeira guerra mundial (aprofundamento da miséria social).






02. PROCESSO REVOLUCIONÁRIO (FASES)


• Revolução de fevereiro = Ascensão de Kadetes e mencheviques – república parlamentarista / manutenção da Rússia na primeira guerra mundial.


• Oposição dos bolcheviques (Lênin, Trotsky e Stálin) – Teses de Abril – paz, pão e terra.


• Revolução de outubro = Ascensão dos Bolcheviques – Saída da Rússia da primeira guerra mundial / nacionalização do capital / Reforma agrária radical.


• Conseqüência principal:


- Guerra Civil:


EXERCITO BRANCO (nobreza, Kadetes, Mencheviques).


X


EXERCITO VERMELHO (Bolcheviques, operários e camponeses).






03. O GOVERNO DE LÊNIN (1917 – 1924)


• FASES:


- Guerra civil (1917-1921): Para reunir os recursos que possibilitassem a vitória do exercito vermelho na guerra foi adotada uma política econômica chamada COMUNISMO DE GUERRA (total centralização da produção nas mãos do Estado). Os recursos foram obtidos e o exercito vermelho derrotou o exercito branco em 1921.


- NEP (Nova política econômica, 1921-24): Nessa fase, Lênin defendeu e conseguiu implantar uma política econômica baseada na adoção de algumas características capitalistas sob o controle do Estado. Dentre as principais características da NEP se destacam:


- adoção do sistema de divisão do trabalho nas grandes indústrias.


- liberdade para a existência da pequena propriedade agrária e da pequena indústria domestica em caráter privado.


- liberdade para a comercialização de excedentes nas feiras.


- objetivos alcançados pela NEP: retomada da atividade produtiva, geração de renda, consumo (ciclo virtuoso de desenvolvimento). A Rússia voltou aos mesmos índices de produção do período anterior a primeira guerra mundial.


• Acontecimentos políticos do governo de Lênin:


- 1917: Os Bolcheviques adotam o nome de Partido comunista Russo.


- 1919: é criada a III internacional socialista (Comintern). Objetivo: Espalhar a revolução pelo mundo.


- 1923: as ex. províncias do antigo império russo aderem espontaneamente ao socialismo que esta sendo construído na Rússia assinando o acordo que determinou a criação da URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas). PELO ACORDO as Republicas manteriam sua autonomia administrativa. Em conseqüência deste ato, o partido comunista russo passa a ser chamado de Partido Comunista da União Soviética.






04. DISPUTA PELO PODER (1924-1928):


• Após a morte de Lênin (1924), o poder político foi disputado pelas duas outras principais lideranças da revolução, a saber:


- STÁLIN – Que defendia a tese do socialismo em um só país (consolidar o socialismo soviético e, somente depois, expandi-lo pelo mundo).


- TROTSKY – Defensor da tese conhecida como revolução permanente (Iniciar imediatamente o processo de expansão da revolução socialista pelo mundo).


• Em um congresso do PCUS realizado em fins de 1927, a tese de STÁLIN saiu-se vitoriosa. Na seqüência, TROTSKY foi expulso do PCUS (1928) e da URSS (1929).






05. O GOVERNO DE STÁLIN (1928-1953):


• Economia:


- Fim da NEP;


- Adoção dos planos qüinqüenais elaborados pelo GOSPLAN (Comitê central de planejamento econômico).


* Primeiro Plano qüinqüenal (1928-1933):


A. Desenvolvimento da indústria de base.


B. Coletivização da propriedade agrária. Formação dos KOLKHOZES (cooperativas coletivistas) E SOVKHOZES (Fazendas estatais).


Obs. No processo de coletivização das terras houve grande resistência por parte dos camponeses o que resultou em uma ação repressora do Estado (Executada sob o comando do GPU – ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA DO ESTADO, Policia Política) que resultou no assassinato de milhões de camponeses ou nos envio dos mesmos para os GULAKS (campos de trabalhos forçados localizados na Sibéria).


• Sociedade:


- A burocracia dirigente do PCUS e do Estado (CONHECIDA PELA DENOMINAÇÃO DE NOMENKLATURA) passou a controlar as riquezas sociais e a usufruir de privilégios que, praticamente, a separou do restante da sociedade. A maioria da sociedade permaneceu submetida a um nivelamento social que as assegurou as mínimas condições de uma existência material digna. Contraditoriamente com a teoria marxista, foi instituída uma nova forma de desigualdade social.


• Política:


- Após a tomada do poder, Stálin tratou de consolidá-lo através dos “expurgos de Moscou” (1936-38): Mediante processos forjados, as antigas lideranças da revolução de 1917 (A exemplo de ZINOVIEV, KAMENEV e BUKHARIN) foram sendo acusadas, condenadas e executadas por traição ao socialismo. Outras lideranças assassinadas foram KIROV (sua popularidade era vista como ameaça ao poder de Stálin) e TROTSKY (morto pelo agente do GPU Ramon Mercáder, no México, em 1940, a mando de Stálin).


• Cultura:


- O Estado stalinista procurou moldar, de acordo com seus interesses, a produção cultural e cientifica na URSS. Para tanto, foi instituído o REALISMO SOCIALISTA cujas principais características eram:


A. ARTE: Produção de uma arte ufanista que exaltava o Estado socialista e a liderança do próprio Stálin (CULTO A PARSONALIDADE DE STÁLIN).


B. CIÊNCIA: A produção cientifica nas universidade passou a ser direcionada pelos interesses do Estado socialista.

A CRISE DE 1929



Os acontecimentos de 1929 foram definidos como uma crise de superprodução, como explica Leo Huberman: “... a crise que começou a existir com o advento do sistema capitalista,... parece parte e parcela do nosso sistema econômico; é caracterizado não pela escassez, mas pela superabundância. Nela os preços, ao invés de subirem, caem.” (Historia da Riqueza do Homem).


Alem da superabundância, o mesmo autor aponta outros sintomas da crise: desemprego, falta de opções para aplicação de capital, queda dos lucros, retração geral da produção industrial e paralisação do comércio.


Muitas das empresas norte-americanas, na década de 1920, haviam crescido graças aos investimentos captados nas bolsas de valores. A ausência de opções para o investimento dos capitais obsoletos determinou uma corrida de investidores as bolsas de valores em busca de ações, o que determinou uma alta geral de preços (Quando uma empresa precisava de capital para expandir seus empreendimentos, colocava à venda ações que garantiam aos seus compradores a participação nos lucros futuros das firmas). No momento em que esses empreendimentos começaram a apresentar prejuízos (Um lote de ações não encontrou compradores), os investidores entraram em pânico. O que aconteceu nos Estados Unidos, em 1929, foi uma corrida dos investidores querendo vender suas ações para evitar a perda do dinheiro investido.


No final do mês de outubro de 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque não suportou a pressão pelas vendas e foi obrigada a fechar o pregão. Como se diz no Jargão do mercado, “a Bolsa quebrou”. Bilhões de dólares investidos no mercado de ações desapareceram de um dia para o outro. Fortunas construídas através da especulação desmancharam-se no ar como fumaça e milhares de empresas faliram (segundo VICENTINO, 85.000 empresas e 4.000 bancos).


A crise norte-americana repercutiu no mundo todo (DEPENDENTE DOS CAPITAIS NORTE-AMERICANOS), exceto na URSS, que vinha desenvolvendo sua economia sem dependência das finanças externas.






O New Deal (1933-1939)


A crise iniciada em 1929 começou a ser combatida em 1933, quando foi eleito Franklin Delano Roosevelt, que baseou sua campanha eleitoral na promessa de atacar a crise. Sua primeira ação foi quebrar os pressupostos do Liberalismo econômico e promover uma intervenção do Estado na economia através de um plano econômico denominado New Deal. A equipe que montou o plano entendia que o Estado deveria fornecer os meios para que as pessoas voltassem a consumir, reaquecendo, assim, a economia. Dessa forma, o salário-desemprego e a formação de frentes de trabalho subvencionadas pelo governo deixavam de ser considerados gastos e passaram a ser entendidos como investimentos.


As medidas adotadas pelo New Deal, para estimular a economia e debelar a crise foram:


• Criação do salário-desemprego;


• Estimulo a atividades que geravam empregos, mas que não resultavam em produção de bens, como a construção ou reparo de obras publicas;


• Aumento dos salários dos trabalhadores de baixa renda;.


• Controle dos preços dos produtos de primeira necessidade;


• Empréstimos estatais aos produtores agrícolas arruinados.


O New Deal deu resultado e a economia norte-americana conseguiu se recuperar com apenas dez anos. O plano dos economistas contratados por Roosevelt representou o resgate do Capitalismo através da criação de um novo caminho que incluía a intervenção do Estado para evitar crises e abusos econômicos. Essa idéia central estava fundamentada nas teorias do economista John Maynard Keynes e, por isso, foi batizada de Keynesianismo ou neocapitalismo.






OS GOVERNOS TOTALITÁRIOS NA EUROPA (FASCISMO ITALIANO E NAZISMO)


No período Entreguerras proliferaram os regimes totalitários, governos militarizados, que baseavam seu poder na força das armas e da propaganda política. Podem ser considerados como reações nacionalistas extremadas as perdas que alguns países sofreram ao fim da primeira guerra mundial.


Os efeitos da Primeira Guerra Mundial e da crise econômica que se abateu sobre a Europa, por toda a década de 1920, geraram uma insegurança quanto ao futuro de muitos países. O desemprego em massa, a constante alta do custo de vida e as dificuldades em solucionar essas questões criaram uma descrença no Liberalismo e nos valores democráticos.


Por outro lado, havia o exemplo da Rússia, que se aparentava manter protegida da crise que assolava o restante da Europa. A revolução proletária parecia ter dado certo, não se falava de desemprego e de carestia no Estado socialista. Era natural que uma grande parte da classe trabalhadora chegasse à conclusão de que a solução definitiva para seus problemas era o processo revolucionário. Por isso, em alguns países, sobretudo na Itália e na Alemanha, as teses socialistas ganhavam cada vez mais adeptos.


A crise econômica sem perspectiva de soluções, aliadas à expansão do Socialismo, assustou a burguesia, que acabou buscando nos movimentos nazi-fascista o apoio que lhe garantiria a manutenção da propriedade privada e a repressão aos que pensavam em acabar com seus privilégios, sobretudo os grupos políticos de esquerda.






Princípios do Totalitarismo Nazi-Fascista


• Valorização do Estado (totalitarismo). Ancorados no pressuposto de que nada deve existir acima do Estado, fora dele ou contra ele, os nazistas e fascistas depositavam os destinos da nação nas mãos do Estado e o governante acabava por encarnar o Estado.


• Obediência cega ao líder. Era outro fundamento das teses totalitárias.


• Supervalorização da nação em detrimento do individuo, baseado no principio de que a organização nacional é o mais alto principio da sociedade.


• Xenofobia. Conduzido ao extremo, chegou, na Alemanha, a idéia de superioridade da raça ariana e a prática da solução final contra judeus (Antisemitismo) e outros grupos considerados inferiores.


• Militarismo. Pregava a “função regeneradora da guerra”, na solução dos problemas econômicos e sociais.


• Anticomunismo. O comunismo marxista foi identificado como principal inimigo do totalitarismo de direita. Os fascistas e nazistas afirmavam que o comunismo promovia a desunião e enfraquecimento nacional já que estava fundamentado na idéia de luta de classes.


• Corporativismo: Peculiaridade do totalitarismo italiano. O povo, produtor de riquezas, organizava-se em corporações sindicais, que governavam o pais através do partido fascista, que era o próprio Estado. Negava-se a existência da oposição entre classes porque cabia ao Estado harmonizar os interesses sociais.


Um dos mais conhecidos lemas do Nazi-Fascismo – Acredita! Obedece! Luta! -, resume os princípios fundamentais dessa doutrina., Acreditar nos pressupostos da doutrina. Obedecer cegamente ao líder. Lutar contra os adversários da doutrina.


É preciso refletir sobre o apoio da população de paises como Alemanha e Itália aos princípios nazi-fascistas. Havia forças muito significativas trabalhando contra a liberdade. Em primeiro lugar, grande parte da população da Europa vivia um período de incertezas: as lideranças nazi-fascistas, habilmente, prometiam um futuro de gloria e de riqueza (NA VERSÃO NAZISTA O III REICH, NA VERSÃO FASCISTA O RESGATE DA GLÓRIA DO ANTIGO IMPÉRIO ROMANO) e a destruição daqueles que “eram os responsáveis pelo sofrimento”, IDENTIFICADOS COMO comunistas, democratas, judeus, homossexuais, ciganos, poloneses, eslavos e outras “minorias”.


Ao lado dessa promessa de futuro grandioso, havia uma intensa propaganda que tinha o objetivo de seduzir as mentes mais resistentes. Eram constantes as demonstrações do poderio militar, a mistificação do líder, a criação de valores que engrandeciam a figura dos militares em relação ao restante da sociedade. Essas peças de propaganda não eram casuais, havia uma elaboração muito bem pensada, discutida pelo alto escalão dos partidos e aplicada de acordo com os mais modernos princípios da comunicação em massa da época.


O totalitarismo de direita se expandiu porque encontrou uma conjuntura social favorável; o discurso nazi-fascista, proferia o que as pessoas queriam ouvir e o Estado oferecia apoio aos que se encontravam abandonados pelo poder publico.

A segunda guerra Mundial (1939-1945).







01. Causas:


• Tratado de Versalhes (1919) – Revanchismo contra a Alemanha – Crescimento do Nacionalismo Alemão – Ascensão do Nazismo – Belicismo / Expansionismo – Segunda guerra mundial.


• Continuidade das Disputas Imperialistas (expansionismo do Eixo):


- Japão: Manchúria (1931).


- Itália: Etiópia (1935).


- Alemanha: Sarre (1935), Renania (1936), Áustria (1938), Tchecoslováquia (1939).


• Política de Apaziguamento (Inglaterra e França): Concessões para evitar confronto – Conferência de Munique (1939).


• Guerra civil espanhola (1936-38): laboratório militar do eixo.


• Pacto Germano-soviético (1939): Divisão da Polônia e Neutralidade da URSS.


• Causa Imediata: Invasão da Polônia (1939).






02. Fases da Guerra:


• 1939-1941: Vitórias do Eixo - Ocupação da França (1940), Batalha da Inglaterra (1940) e invasão da URSS (1941).


• 1941 – 1943: Equilíbrio de forças - Entrada dos EUA.


• 1943 – 1945: Vitória dos Aliados - Stalingrado, Ofensiva Soviética e Dia D.






03. Conseqüências:


• Conferencias de Paz:


- Yalta (1945): ONU, Domínio soviético na Europa oriental, Divisão da Coréia.


- Postdam (1945): Divisão e desnazificação da Alemanha, Tribunal de Nuremberg, Indenização alemã.


• Declínio do capitalismo Europeu e Ascensão dos Estados Unidos (consolidação).


• Nova ordem internacional: Bipolaridade – Capitalismo (EUA) X Socialismo (URSS).


• Descolonização Afro-asiática.


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