• Localização: planície da ática (litoral do mar Egeu). Regiões: Pedium (planície), Paralia (litoral) e Diacria (montanhas).
• Recursos naturais: reserva florestal, mármore, prata, chumbo e ferro.
• Litoral propício à navegação – existência de portos naturais (Porto do Pireu).
• Processo de formação: Sinecismo de 04 tribos de origem Jônia, acelerado pelo desenvolvimento do comércio.
• Traços culturais da formação: Progresso continuo, cosmopolitismo, patriotismo e individualismo.
• Organização econômica:
- Escravismo: escravidão-mercadoria.
* Propriedade privada dos meios de produção (terras e escravos);
* Base: Comércio Marítimo. Artesanato, agricultura e pecuária existiram em função do comércio
• Sistema político: INSTABILIDADE (EVOLUÇÃO POLÍTICA: monarquia – oligarquia – tirania e democracia).
A evolução política ateniense
A. Atenas oligárquica:
• Estrutura social: SOCIEDADE ABERTA (MOBILIDADE).
AS CLASSES SOCIAIS DE ATENAS
EUPÁTRIDAS - Aristocracia proprietária de latifúndios e escravos.
GEORGÓIS - Pequenos proprietários agrícolas.
THETAS – Camada social marginalizada, composta por trabalhadores do campo e cidade.
DEMIURGOS - Comerciantes e artesãos.
ESCRAVOS – A principio em pequeno número, foram transformados na base produtiva, na medida em que a aristocracia se fortaleceu e o comércio tornou-se a principal atividade.
• Estrutura política INICIAL:
OS ARCONTES: O PODER EXECUTIVO DA ATENAS OLIGÁRQUICA (EUPÁTRIDAS).
POLEMARCA – Responsável pelo poder militar e julgamento dos estrangeiros.
ARCONTE EPÔNIMO – Chefe da administração.
ARCONTE BASILEUS – Chefe da religião.
ARCONTES THESMOTHETAS – juízes encarregados de manter as leis e também julgar os thetas (camponeses) e os georgóis (pequenos proprietários rurais).
OUTRAS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS.
AREÓPAGO (EUPÁTRIDAS) – Conselho aristocrático responsável pela elaboração das leis e fiscalização dos arcontes.
ECLÉSIA – Assembléia dos cidadãos atenienses – Eupátridas, georgóis, comerciantes e artesãos. PODER CONSULTIVO.
• CONFLITOS POLITICOS:
* Partido aristocrático (Eupátridas) – Manutenção do Status.
* Partido popular (Comerciantes, artesãos, georgóis e thetas) – Ampliação dos direitos de cidadania.
- Atuação dos legisladores (reformadores):
* Drácon (621 a.C.) – Legislação escrita de caráter aristocrático.
* Sólon (594 a.C.) – Reformas:
▪ Extinção da escravidão por dívidas.
▪ Fixação de limites para as propriedades agrárias.
▪ Admissão dos tethas na Eclésia.
▪ Criação do helieu (tribunal de justiça de todos os cidadãos) – igualdade jurídica.
▪ Instituição de uma plutocracia.
▪ Redefinição das instituições políticas:
ARCONTADO – Composto somente pelos eupátridas e comerciantes mais ricos, exercia o poder executivo.
AREÓPAGO – Com a mesma composição social do Arcontado, tinha a função de fiscalizar o poder executivo.
BULÉ (CONSELHO DOS 400) – Formado por eupátridas, cavaleiros e zeugitas, exercia o poder legislativo de Atenas. Poderia vetar decisões da Eclésia.
HELIEU – Tribunal de justiça que poderia ser integrado por eupátridas, cavaleiros e zeugitas.
ECLÉSIA – Assembléia popular, exercia o poder de voto para as magistraturas e projetos de lei que eram elaborados pelo Bule. Embora ao thetas pudessem participar desse órgão, não tinham como interferir na organização dos trabalhos, não podiam propor leis e pouco participavam porque necessitavam trabalhar em tempo integral para sobreviver.
* Conseqüências das reformas de Sólon:
▪ Início do Imperialismo ateniense: guerra contra mégara.
▪ Aprofundamento dos conflitos sóciopolíticos: insatisfação de Eupátridas, Georgóis e tethas.
▪ Novos partidos políticos:
PARTIDO PEDIANO (planície) – Representante dos interesses dos Eupátridas, defendia posições conservadoras, a manutenção do controle político nas mãos dos círculos aristocráticos.
PARTIDO PARALIANO (litoral) – Satisfeitos com as reformas de Sólon, os comerciantes ricos defendiam um encaminhamento mais estável a situação política através da ampliação da sua participação na ocupação dos altos cargos públicos.
PARTIDO DIACRIANO (montanha) – Representando o interesse de thetas e georgóis, advogavam reformas profundas de cunho econômico, social e político.
▪ Ascensão de Pisístrato (Apoio militar e popular).
B. TIRANIA:
• O governo de Pisistrato: Caráter popular.
• Realizações Pisistrato:
Reforma agrária e sistema estatal de crédito.
Consolidação de hegemonia comercial ateniense.
A realização de obras públicas (estaleiros, aquedutos, canais e templos).
Apoio estatal a cultura.
• Importância histórica de Pisistrato: transição para a democracia.
• Hiparco e Hipias.
• Hiságoras – Tirania oligárquica com apoio de Esparta.
• Revolta popular – ascensão de Clístenes.
C. DEMOCRACIA:
• As reformas de Clístenes:
- Redivisão de Atenas:
DEMOS DA CIDADE DE ATENAS - Agrupava os indivíduos dedicados as atividades de comércio e artesanato, além dos trabalhadores urbanos.
DEMOS DO LITORAL - Congregava pescadores e navegantes.
DEMOS DO INTERIOR - Reunia os grandes e pequenos proprietários rurais.
- Criação de 10 tribos compostas por membros dos três demos ( para fins de recrutamento político).
- Redefinição das instituições políticas:
A DEMOCRACIA DE ATENAS (REFORMAS INSTITUCIONAIS DE CLÍSTENES)
ARCONTADO – Funções de natureza honorífica.
AREÓPAGO – Tribunal religioso.
BULÉ (CONSELHO DOS 500) – Foi ampliado para 500 membros eleitos a razão de 50 membros por tribo. Sua principal função era preparar os projetos de lei que seriam votados irrevogavelmente pela Eclésia.
HELIEU – Transformou-se no supremo órgão judiciários e seu membros eram escolhidos por sorteio.
ECLÉSIA – A Assembléia popular, foi transformada no supremo órgão de decisões em Atenas. Dela faziam parte todos os cidadãos de Atenas, ou seja, aqueles que fossem registrado no demos de origem e fossem filhos de pai ateniense e maiores de 18 anos. Da assembléia eram excluídos os estrangeiros, as mulheres e os escravos.
ESTRÁTEGOS (10) – Chefes militares eleitos anualmente pelas tribos.
INSTITUIÇÃO DO OSTRACISMO – Espécie de medida defensiva do Estado contra o ressurgimento dos regimes anteriores. Consistia no banimento, perda dos direitos políticos e confisco temporários de bens (por um período de 10 anos) de qualquer cidadão cuja atuação política fosse considerada uma ameaça a democracia. O ostracismo era votado, exclusivamente, na assembléia.
• Características do sistema democrático de Atenas:
- Escravista;
- Excludente;
- Direta;
- Imperialista.
Período clássico (Séculos VI a IV a.C.) – Auge da cidade-estado ateniense.
a) Política interna:
• Auge da democracia (Governo de Péricles: 461 – 429 a.C.).
- Princípios políticos: ISONOMIA (igualdade jurídica) e ISOCRACIA (igualdade política dos cidadãos).
- Instituição da Mistoforia (pagamento de salário pelo exercício de funções públicas).
- Programa de construção de obras públicas: Pathernon e Erecteum.
- profissionalização do exército e marinha.
- Acesso aos cargos públicos por sorteio (exceto – estrátegos).
- Revogabilidade de mandatos.
• Política como ofício e arte: desenvolvimento da oratória (surgimento dos demagogos: “condutores do povo”.).
• Predomínio filosófico dos sofistas: relativismo de verdades e pluralidade de concepções.
“O homem é a medida de todas as coisas...” (Protágoras).
b) Organização econômica:
• Expansão da produção artesanal.
• Incremento do comércio mediterrâneo.
• Auge do modo de produção escravista.
• Importante: discurso filosófico em prol da escravidão - “(...) As propriedades são uma reunião de instrumentos e o escravo é uma propriedade instrumental animada (...) Se cada instrumento pudesse executar por si próprio a vontade e o pensamento do dono (...) os senhores não tinham necessidade de escravos (...). Todos aqueles que nada tem de melhor para nos oferecer que o uso do seu corpo e dos seus membros são condenados pela natureza a escravidão. É melhor para eles servir que serem abandonados a si próprios. Numa palavra, é naturalmente escravo quem tem tão pouca alma e tão poucos meios que deve resolver-se a depender de outrem (...) o uso dos escravos e dos animais é aproximadamente o mesmo (...) a escravidão é justa.”. (ARISTÓTELES).
c) Organização social:
• Cidadã;
• Urbana;
• Aberta;
• Escravista;
• Patriarcal;
• Heterogênea;
• Reprodutora de valores aristocráticos.
d) Política externa:
• Envolvimento em guerras imperialistas: Guerras Médicas e Guerras do Peloponeso.
7.1 As guerras Médicas (Gregos X Persas).
• Causas (O cenário da guerra):
- Choque de Imperialismos: Atenas X Império persa.
- Etapas de preparação da guerra:
1. Presença econômica e cultural grega na Anatólia (Ásia Menor).
2. A tomada da Lídia Anatólia pelos persas.
5. Apoio de Atenas as revoltas anti-persas na Anatólia.
6. Retaliação dos persas: Repressão contra os levantes e conquista da Trácia.
• O conflito:
PRIMEIRA GUERRA MÉDICA (490 a.C.):
- Vitória ateniense na batalha de maratona.
- Conseqüências:
A. Problemas internos dos persas: Revolta egípcia, sucessão de Dario I.
B. Ascensão de Xerxes I e montagem de nova expedição para a conquista da Grécia.
C. Aprimoramento do aparato militar grego: Formação de uma liga de cidades comandadas por Atenas e apoiada por Esparta.
SEGUNDA GUERRA MÉDICA (480 – 479 a.C.):
- Ofensiva persa: Tessália, Domínio do mar Egeu.
- Batalha das Termópilas.
- Ocupação e incêndio de Atenas.
- Vitória grega na batalha naval de Salamina.
- Vitórias terrestres nas batalhas de Platéia e Mícala.
• Conseqüências:
1. liga de Delos – União militar permanente das polis gregas. (Liderança de Atenas, sem a participação de Esparta).
2. Consolidação da hegemonia ateniense No Mediterrâneo oriental.
• O Imperialismo Ateniense:
- Características:
* Uso da Liga de Delos para consolidar a hegemonia no Mediterrâneo oriental.
* Uso de recursos da liga de Delos para fins particulares.
* Repressão as cidades que desejavam se retirar da liga.
- Conseqüências:
* Ação preventiva de Esparta: Formação da liga do Peloponeso.
* Choques de interesses entre Esparta e Atenas.
As guerras do Peloponeso:
• Causas:
- Imperialismo ateniense;
- Formação da liga do Peloponeso (Esparta);
- Divergências históricas entre Atenas e Esparta;
- Disputas comerciais entre Atenas e Corinto (aliada de Esparta).
• Etapas:
a) 431 – 421 a.C. :
- Cerco de Atenas e Morte de Péricles.
b) 415 – 404 a.C :
- Ofensiva espartana e derrota ateniense. Fim da democracia ateniense. Império espartano.
c) 371 a.C. : Vitória de Atenas e Tebas na Batalha de leuctras. Hegemonia tebana.
d) 362 a.C : Vitória de Esparta e Atenas contra Tebas.
• Conseqüências:
- Exaustão do Mundo grego – declínio das polis.
- Conquista da Grécia por Filipe da Macedônia.
O imperialismo da Macedônia
01. Fato principal: conquistas militares de Alexandre, o grande.
02. Conseqüência: Fusão da cultura grega com as culturas orientais – surgimento do helenismo.
“O significado básico das façanhas militares de Alexandre está no fato de ele haver levado o impulso helênico até a Ásia, mais longe e mais depressa do que teria ocorrido de outra maneira. É indubitável que ele fez com que a influencia grega fosse exercida mais amplamente. Ao mesmo tempo ele parece ter imposto um esforço exagerado sobre o helenismo com resultado de encorajar uma violenta maré de influencias orientais sobre o ocidente. Dentro de pouco tempo as culturas helênica e oriental interpenetravam-se de tal modo que se produziu uma nova civilização. Foi esta a civilização helenística...”. (BURNS).
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