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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

CULTURA NO ANTIGO ORIENTE

Cultura no antigo oriente
1) A cultura egípcia
Religiosidade
As idéias e práticas religiosas nasceram do temor e da insegurança humanos diante de uma realidade aterrorizante e inexplicável: inundações, incêndios, tempestades e todos os demais desastres impostos ao Homem pela Natureza, cujas causas eram desconhecidas, levaram a consciência humana a buscar explicações e a promover cultos como forma de afastar os malefícios e os danos causados à Humanidade por um ambiente permanentemente mutável e perigoso. Em todas as religiões, há o conceito de que, na origem dos tempos, prevalecia o caos que, por um ato divino, transformou-se em ordem. Impotente para controlar a natureza, já que não dispunha de meios técnicos sofisticados, o homem primitivo recorria aos mitos e à magia para aquietar sua insegurança. Num primeiro momento, as práticas religiosas cultuavam os animais e as forças da natureza. O símbolo material desse período foi o totem (representação de um animal ou vegetal considerado sagrado). Progressivamente, com o avanço do conhecimento e da técnica, o que permitia maior controle sobre os fenômenos naturais, o homem foi desacreditando desses “deuses naturais”, passando a criar divindades transcendentais (metafísico - aquilo que está no plano divino, além do terreno). Agora, os deuses, que criaram e regulavam a vida humana, passaram a habitar regiões além do universo terreno. No imaginário humano, legiões de deuses povoavam infernos e paraísos idealizados.
Se a origem do fenômeno religioso vem do temor humano, num segundo momento a religião se institucionaliza em seitas organizadas e hierarquizadas. Nesse momento, ela adquire uma outra função: a de legitimar a dominação das elites. O pensador alemão Friedrich Engels dizia que a ideologia é “o cimento do edifício social”. Para dominar a comunidade, as elites usam o poder de polícia do Estado; para que os dominados aceitem a sujeição, eles devem ser convencidos que a dominação é legítima. Aí entra a religião: O faraó tem o direito de exercer o poder por uma determinação divina, portanto trata-se de algo inquestionável. As religiões institucionalizadas geram necessariamente uma casta sacerdotal que, como “funcionários ideológicos” da dominação, ocupa uma posição social privilegiada. Os ritos e cultos praticados pelos sacerdotes, quase sempre mágicos e misteriosos, seduzem as massas e a elas impõem absoluta obediência ao poder das elites e do Estado. Esse foi o papel fundamental da casta sacerdotal egípcia.
A religião egípcia era politeísta, existindo uma série enorme de deuses e divindades menores que eram cultuados pela população. Tendo se originado a partir do totem, o politeísmo egípcio era de cunho antropozoomórfico (divindades cuja representação material era uma mistura de formas humanas e de animais): Anúbis tinha forma de chacal; Ápis era um boi; Hator se concretizava como vaca e Hórus era o falcão protetor do faraó.
De todos os deuses egípcios, o de maior destaque era Amon-Rá, cuja manifestação concreta era o Sol e que legitimava o poder da casta sacerdotal. Fundamentalmente, a religiosidade egípcia tinha duas grandes preocupações: a vida futura e a morte. Exemplo disso é o mito de Osíris, divindade dedicada a erigir tumbas e templos em culto à vida pós-morte. Segundo a lenda, no passado remoto Osíris fora um guia benévolo, que ensinava a seu povo a agricultura e outras artes práticas e lhe ditava leis. Depois de algum tempo foi traiçoeiramente morto por um irmão perverso, Set, e seu corpo feito em pedaços. Sua esposa, Ísis, que também era sua irmã, saiu em busca dos pedaços, juntou-os, e milagrosamente restituiu-lhes a vida. O Deus ressuscitado recuperou seu reino e continuou seu reino beneficente por algum tempo, mas por fim desceu aos infernos para servir como juiz dos mortos. Hórus, seu filho póstumo, ao alcançar a maturidade vingou a morte do pai, matando Set.
Segundo o historiador Edward Mcnall Burns, “A principio essa lenda parece ter sido pouco mais que um mito da natureza. A morte e a ressurreição de Osíris simbolizavam a retirada das águas do Nilo no outono e a volta da inundação na primavera. Com o correr do tempo, porém, a lenda de Osíris começou a assumir um significado mais profundo. As qualidades humanas das divindades nelas contidas – a solicitude paternal de Osíris, pelos súditos, a fiel devoção da esposa e do filho – tocavam a sensibilidade do Egípcio, que assim se tornava capaz de ver suas próprias tribulações e triunfos refletidos na vida dos deuses. Mais importante ainda, a morte e a ressurreição de Osíris passaram a ser vistas como expressão de uma promessa de imortalidade pessoal. Assim como o Deus triunfara sobre a morte e a sepultura, também o individuo que o seguisse fielmente podia herdar a vida imortal. Finalmente, a vitória de Hórus sobre Set parecia prefigurar o triunfo final do bem sobre o mal”. (BURNS, EDWARD McNALL. OP. CIT. P. 27).

A morte na concepção egípcia
No imaginário coletivo egípcio, a morte seria uma viagem para o reino das divindades. Essa jornada deveria ser cuidadosamente planejada para que o morto, principalmente se tivesse posses, conseguisse reunir todas as melhores condições possíveis para viver na eternidade. Assim, os preparativos necessários eram: a edificação de belos túmulos, onde seriam enterrados, além do cadáver, jóias, comida, tecidos finos e alguns escravos para servi-lo no além e, absolutamente fundamental, a mumificação do corpo para preservá-lo. Por essa razão, o Egito criou técnicas extraordinariamente desenvolvidas de embalsamamento levadas à efeito por técnicos altamente especializados. Um dos resultados dessa prática foi o desenvolvimento da medicina egípcia, já que a mumificação pressupõe um bom conhecimento da anatomia e fisiologia humanas. Há relatos de que cirurgiões egípcios chegaram a efetuar, com sucesso, sofisticadas operações cranianas e estomacais.
É nessa concepção de vida após a morte que encontramos o tal “cimento do edifício social” a que se referiu Engels. A vida pós-morte nada mais é que uma continuidade, aperfeiçoada, da vida terrena. Não há subversão da estrutura social no mundo do além – escravos continuam escravos, servos continuam servos e senhores continuam senhores. Somente a não observância das leis de Osíris pode substituir essa situação pelo completo aniquilamento. Vale lembrar que foi o próprio filho de Osíris que se tornou guardião da ordem social, protetor do Faraó e do edifício social que ele representa.

A escrita
No antigo Egito, os escribas eram uma casta privilegiada, pois formavam a burocracia estatal, ou seja, os agentes da dominação. Noutros termos, o mando do faraó sobre a sociedade egípcia era exercido também por meio de cargos burocráticos ocupados pelos escribas, que sabiam ler, escrever e detinham conhecimentos sobre geometria, aritmética e medicina. Seu prestígio social e os privilégios dele decorrentes vinham da posse de um saber especializado. Três eram os alfabetos egípcios:
A escrita hieroglífica - usada pela casta sacerdotal para anotações religiosas em madeira ou papiros (folhas produzidas por tiras de planta).
A escrita hierática - alfabeto religioso que consistia numa simplificação da escrita hieroglífica também utilizado para elaborar anotações de cunho administrativo.
A escrita demótica - escrita popular usada para relatar eventos e comentários da comunidade.

As ciências exatas
O Império egípcio conheceu um grande desenvolvimento da geometria, disciplina científica necessária à mensuração das terras. Além disso, como já havíamos ressaltado os processos de mumificação geraram o desenvolvimento da medicina (anatomia e cirurgia) e da farmacopéia. Os cálculos necessários para a construção de obras públicas fomentaram o raciocínio matemático (Soma, subtração, divisão, sistema decimal sem zero). Dessa forma, encontramos práticas cientificas diretamente condicionadas pelas concepções religiosas dos egípcios e pela necessidade de construção das obras hidráulicas.

As artes
A pintura egípcia, embora desconhecesse a noção de perspectiva, buscou, com talento e beleza, representar deuses, faraós, o esplendor da nobreza e os sucessos militares do novo império.
A escultura foi poderosa auxiliar da arquitetura. Era carregada de regras que lhe determinavam o estilo e o significado. As estatuas do Faraó eram de tamanho colossal e as esfinges, também imensas, serviam para simbolizar a força pessoal do governante e o poder do Estado que ele representava.
A arquitetura, cujos maiores exemplos são os templos de Luxor e Karnac e as pirâmides de Gizé, expressava o poder do Estado faraônico através de formas grandiosas. É precisamente assim que se explica a arquitetura egípcia: na maioria das civilizações em que os interesses do Estado são colocados acima dos de seus membros, a arquitetura tende a ser a mais típica e desenvolvida das artes e o Egito não constitui exceção a essa constatação. Obras como as pirâmides, apesar da função religiosa assumem um sentido nitidamente político quando vistas pela sua grandiosidade – quanto mais poderoso fosse o faraó, maior deveria ser o seu lugar de repouso.

5b) A cultura da Mesopotâmia
Religião
Os povos que habitaram a Mesopotâmia não mostraram grandes preocupações de ordem metafísica ou com a existência de vida pós-morte. Eles eram pragmáticos e basicamente interessados na realidade cotidiana. Embora a religião mesopotâmica, assim como a egípcia, desempenhasse o papel ideológico de legitimar a dominação do Estado e das elites, ela – também de cunho politeísta – visava a obtenção de benefícios materiais imediatos. Não que os mortos deixassem de ser cultuados, mas os ritos funerários eram simples, limitando-se, basicamente, à construção de túmulos seguros e extremamente fechados, já que os mesopotâmicos temiam a volta dos mortos, pois esses provocariam desgraças. Outro elemento diferenciador entre a religião da Mesopotâmia e a do Egito era o fato de que, ao nível do discurso teocrático, no Império do Nilo, o faraó era considerado divindade, enquanto que, na Mesopotâmia, os governantes eram representantes dos deuses.
As divindades sumérias, para as quais eram dedicados templos, oferendas, sacrifícios e alimentos, eram antropomórficas e experimentavam paixões humanas, tais como amor, ódio, ciúmes, etc. Na realidade, ao longo de toda cultura mesopotâmica, o fenômeno religioso derivava de uma preocupação teogônica e cosmogônica (a explicação mítica da origem, respectivamente, dos deuses e do universo). Um dos mais belos poemas cosmogônicos da Antiguidade denominava-se Enuma Elish, pelo qual as divindades e a natureza foram criadas a partir de um caos original que teria gerado Shamash (o Sol), Ishtar (a Lua) e Marduk, o criador da Terra.
Como expressão de uma sociedade agrária, muitos deuses mesopotâmicos, principalmente os da Babilônia, estavam ligados à fertilidade do solo. Exemplo disso é o mito do deus Tamuz, cuja morte teria provocado a paralisação da vida, pois as plantas e os animais deixaram de se reproduzir. Segundo a lenda, sua esposa Ishtar lamentava a beira da tumba, que “aquele que fazia nascer os brotos sobre a terra, já não vive. O rei da força terrestre já não existe”. Em seu desespero, Ishtar desce aos infernos trazendo de volta Tamuz, o que fez reviver a natureza. Os deuses mesopotâmicos também poderiam inspirar nos habitantes um sentimento de terror: “A vida além-túmulo é miserável e os vivos, voltados para o gozo imediato, mal se ocupam dos mortos ou dos túmulos (...) o babilônio teme os deuses (...) um terror constante curva-o diante dos demônios e gênios que podem ser malfeitores...” (PETIT, Paul. História antiga. São Paulo: DIFEL, 1984, p.23).
Outro aspecto interessante da religião mesopotâmica era a ausência de um conteúdo ético. A legislação não derivava de uma visão sacralizada do mundo, mas se manifestava em documentos estritamente políticos e jurídicos, a exemplo do Código de Hamurábi. A carência de um fundamento moral para a religiosidade mesopotâmica explica o fato de que os templos, normalmente, funcionavam como bancos, emprestando dinheiro a juros mediante hipoteca de cereais. Além disso, toda mulher mesopotâmica deveria se prostituir, uma vez na vida, para arrecadar dinheiro para os templos. Outra função da poderosa casta sacerdotal era, mediante o estudo dos movimentos dos astros, elaborar horóscopos, outra invenção mesopotâmica.

Escrita, Literatura e Direito.
A escrita mesopotâmica foi obra dos Sumérios e constituiu-se de sinais pictográficos gravados com estiletes sobre tabletes de argila úmida. Expostos ao calor do sol ou cozido a fogo, os tabletes de argila secavam e endureciam, podendo conservar-se por muitos séculos. Os sulcos se dispunham em forma de cunha e daí a denominação de cuneiforme.
A escrita cuneiforme sumeriana tornou-se a forma de escrita mais difundida no antigo oriente próximo, sendo empregada não só pelas sociedades da Mesopotâmia, mas, inclusive, fora dessa área, na Síria, Palestina, Ásia menor e no Irã. Assim como no Egito, apenas uma minoria (os sacerdotes e escribas) sabiam ler e escrever: deter o monopólio da escrita significava poder. A massa da população era analfabeta.
A cultura mesopotâmica foi uma criação, em grande parte dos sumerianos. Sua literatura, artes e ciência foram assimiladas pelos demais povos da Mesopotâmia. As realizações literárias dos sumerianos consistiram basicamente em poemas e narrativas heróicas. Podemos apontar a epopéia de Gigalmés – primeira narrativa do dilúvio de que se tem noticia -, além de hinos religiosos, contos mitológicos, etc.
No campo do Direito destacaram-se sumerianos e babilônios. O código de Hamurábi, na verdade uma sistematização de antigas leis sumerianas, adaptadas aos costumes babilônicos, representou um dos primeiros documentos jurídicos escritos historicamente comprovado. O código, escrito em língua acadiana, tinha um caráter penal, mas também consistia em uma ampla regulamentação econômico-social: determinava a equivalência entre o crime e os danos segundo a interpretação de que a punição deve corresponder a gravidade do delito cometido (lei do talião), variando a modalidade e a intensidade da pena conforme a categoria ou classe social do infrator e da vítima (desigualdade perante a lei); regulamentava a propriedade privada (o roubo era crime grave) e a herança (direito de primogenitura), as profissões e certas instituições, como casamento e o divorcio; consagrava a pena de morte e dividia a sociedade babilônica em homens livres, subalternos (sem propriedade da terra) e escravos.
Uma cópia do Código de Hamurábi realizada em escrita cuneiforme esculpida sobre um bloco de pedra negra de dois metros de altura, encontra-se atualmente no Museu do Louvre em Paris:
ALGUNS ARTIGOS DO CÓDIGO DE HAMURÁBI
ARTIGO 200 - Se um homem arrancou um dente de um outro homem livre igual a ele, arrancarão seu dente.
ARTIGO 201 - Se ele arrancou o dente de um homem vulgar pagará um terço de uma mina de prata.
ARTIGO 202 - Se um homem agrediu a face de um outro homem que lhe é superior, será golpeado sessenta vezes diante da assembléia com um chicote de couro de boi.
ARTIGO 229 - Se um pedreiro edificou uma casa para um homem mas não a fortificou e a casa caiu e matou o seu dono, esse pedreiro será morto.
ARTIGO 230 - Se causou a morte do filho do dono da casa, matarão o filho desse pedreiro.
ARTIGO 231 - Se causou a morte do escravo do dono da casa, ele dará ao dono da casa um escravo equivalente.
ARTIGO 232 - Se causou a perda de bens móveis, compensará tudo que fez perder. Além disso, porque não fortificou a casa que construiu e ela caiu, deverá reconstruir a casa que caiu com seus próprios recursos.

Arquitetura, Pintura e Escultura.
Na Mesopotâmia a arte teve as suas bases em realizações sumerianas. Nas construções empregaram argila, ladrilhos e tijolos. O zigurate, torre de vários andares, dispondo de rampas inclinadas que ligavam as várias plataformas, foi a construção característica das cidades-estados sumerianas. No alto erguia-se o templo da divindade local e um nascente observatório astronômico. Além dos zigurates, construíram-se palácios, templos e fortificações.
Obras arquitetônicas também foram construídas fora da realidade cotidiana dos sumérios, a exemplo dos jardins suspensos da babilônia e o portal de Ishtar, construídos no reinado de Nabucodonosor, durante a vigência do império neobabilônico.
Uma Representação dos jardins suspensos da Babilônia
A cultura mesopotâmica conheceu um relativo desenvolvimento das artes plásticas, principalmente pelo fato de que, não havendo interferência religiosa, os artistas tinham plena liberdade de expressão.
A escultura (estatuária e baixo relevo) era fundamentalmente decorativa, assim como a pintura. De modo geral, focalizavam temas religiosos ou guerreiros, com inscrições cuneiformes, exaltando as proezas heróicas dos deuses e governantes. Os baixos-relevos assírios revelam cenas de caçadas ou de batalhas. A estatuaria assíria monumental, mostrava figuras mistas, com corpo de animal e cabeça humana.

Práticas científicas e astrologia
Uma dimensão original da cultura mesopotâmica foi o interesse demonstrado, por parte dos sacerdotes, pelo espaço sideral, ocorrendo um notável progresso no estudo da astronomia, então mesclada com a astrologia. De fato, na Mesopotâmia foram elaborados mapas estelares relativamente precisos e inúmeros calendários, um deles que dividia a semana em sete dias. No ramo da astrologia, que tentava predizer o futuro dos homens, os doze signos do zodíaco eram usados para a elaboração dos horóscopos.
Também a matemática, notadamente a geometria, experimentou um amplo desenvolvimento, já que se fazia necessário a mensuração das terras. Os sumerianos inventaram o sistema sexagemal usado em combinação com o sistema decimal. Organizaram um sistema de pesos e medidas, que permitia calcular o cumprimento, a superfície e o volume dos corpos. Foram encontrados tabletes de argila contendo anotações a respeito de aritmética comercial (juros), equações de 2ºgrau e de geometria (raízes quadradas e cúbicas, o círculo de 360 graus).

A Cultura dos Hebreus
Religião
Da cultura elaborada pelos hebreus, a religião é, sem dúvida, o legado mais importante. O judaísmo tem os seus fundamentos no antigo testamento. Influenciou todas as realizações culturais dos hebreus: do direito à literatura e às artes.
Os dois traços característicos da religião dos hebreus são o monoteísmo (crença no deus único IAVÉ) e o salvacionismo, isto é, crença na vinda de um messias ou salvador para libertar o povo hebreu.
Os sacerdotes desfrutavam de grande poder e prestígio. Detinham o monopólio das funções religiosas, recebiam grandes doações e contribuições em cereal, animais, etc., para seu sustento, e, assim, acumulavam grande riqueza.
A religião dos hebreus era, sobretudo, ética e moral, o que se expressou na lei mosaica – fundamento da aliança celebrada entre Jeová e os hebreus, no monte Sinai, pela mediação de Moises.

Literatura
A maior realização literária dos antigos hebreus foram os livros do velho testamento. A bíblia constitui a principal fonte histórica para o estudo da antiga sociedade hebraica e muitas de suas passagens tem sido confirmadas pelas pesquisas arqueológicas. A bíblia não é apenas uma obra religiosa – nela estão contidas, além de preceitos morais, éticos e jurídicos, narrativas históricas e obras poéticas. Os mitos hebraicos falam da criação do mundo e dos primeiros homens, do dilúvio e outros episódios, apresentando notável semelhança com a tradição babilônica.
A bíblia divide-se em antigo e novo testamento sendo o primeiro um importante legado da antiguidade hebréia. Composto por vários livros, escritos por diversos autores, na sua maioria em antigo hebraico, o antigo testamento pode ser dividido em quatro partes: o Pentateuco, os livros Históricos, os livros Proféticos e os livros didáticos. Para fins de vestibular importa, sobretudo, o conteúdo do Pentateuco.
O Pentateuco é formado pelo conjunto dos cinco primeiros livros cuja autoria é atribuída a Moisés: O Gênese (origem), O Êxodo (libertação do cativeiro egípcio), O Levítico (conjunto de prescrições rituais), Os Números (censo das tribos hebréias) e o Deuteronômio (Historia de Israel). Estes livros formam a base do antigo testamento e contem os preceitos da legislação mosaica, sobressaindo-se o Decálogo (os dez mandamentos).

Arquitetura
O monoteísmo hebraico influenciou todas as realizações culturais dos hebreus. Deve-se destacar a arquitetura, especialmente a construção de templo, muralhas e fortificações. A maior realização arquitetônica foi o templo de Jerusalém, construído no governo de Salomão. Destruído no domínio de Nabucodonosor, foi reconstruído e atingiu o máximo esplendor na época de Herodes, já sob dominação romana.
A Cultura Persa

Religião dualista
As artes plásticas e a arquitetura persas nada tiveram de original, assimilando influências de quase todos os povos da Antiguidade Oriental em conseqüência do expansionismo territorial. Sem dúvida, o traço mais original de sua cultura foi a religião. De início, os persas cultuavam tótens, adorando animais, astros e as forças da natureza.
Segundo a tradição, um personagem semi-lendário, conhecido como Zaratustra ou Zoroastro, instituiu, pelo livro sagrado Zend-Avesta, uma nova religião: o Zoroastrismo. Fundamentalmente o novo culto pregava o conflito dualista entre o Bem, encarnado por AHURA-MAZDA, e o Mal, expresso por ARIMÃ, divindades que disputavam o controle das ações humanas. Os homens que agiam corretamente ajudariam AHURA-MAZDA a vencer ARIMÃ, cujos partidários seriam destruídos no final dos tempos. O Zoroastrismo, também conhecido como Mazdeísmo, legou ao judaísmo e ao cristianismo uma série de preceitos: destacando-se a crença na vinda de um Messias e a dicotomia entre Céu e Inferno. Uma das mais importantes festividades religiosas dos persas era o culto ao deus Mitra (mitraísmo) que se difundiu no Império Romano e, adaptado, passou a ser denominado de Natal.

Literatura religiosa
A principal obra da literatura persa foi o Avesta, livro religioso cuja autoria é atribuída ao semi-lendário Zoroastro, mas, que, sem dúvida, não é obra de um só autor. O Avesta contem princípios religiosos, morais, éticos e filosóficos.
“(...) nas origens primeiras
Há espíritos gêmeos do bem e do mal
No pensamento, na palavra, na ação
Os homens de inteligência sabem escolher entre ambos (...)
O espírito muito santo (...) aliou-se a justiça
E esta mesma aliança procuraram aqueles, que mediante ações honestas
Se esforçaram para enaltecer o sábio senhor.” (Zoroastro, Avesta. Citado por GOTHIER, L. e TROUX, A. l’ antiquité. H. Dessain, Bélgica, S/d, 1977, p.89).

5e) Cultura dos fenícios

Religião
A religião dos fenícios era animista, que consiste em acreditar que os objetos naturais são sagrados e dotados de alma. Assim, para os habitantes da Fenícia, as árvores, as montanhas e todas as coisas da natureza eram dotadas de espírito e paixões. Cada cidade tinha o seu Baal, um deus protetor da vida e da realidade urbana. O Baal de Tiro era Melcart; o de Biblus, Adonis e em Sidon, cultuava-se Eshum. Cartago, colônia fenícia, criou o deus Moloc. Além dos deuses principais, havia divindades menores destinadas a proteger atividades empresariais específicas: as rotas comerciais, os navios, o comércio, o artesanato, etc. Os rituais fenícios, legado cultural da Mesopotâmia, eram sangrentos e quase sempre envolviam sacrifícios humanos, principalmente a morte de crianças. Todos esses cultos, sempre públicos, era oficiados pela casta sacerdotal que participava, junto com a plutocracia local, do governo da cidade.

Legado cultural
Além do aperfeiçoamento das técnicas de navegação e da ampliação do conhecimento geográfico, outra importante contribuição cultural fenícia foi o alfabeto fonético, uma simplificação da escrita hieroglífica egípcia, utilizando 22 letras, que serviria de base para dezenas de outros alfabetos, do grego até os atuais. O motivo da criação desse tipo de alfabeto foi simplificar as anotações sobre operações comerciais, pois não existe, entre os fenícios, nenhuma obra literária digna de menção

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